Como implantar um sistema de coleta seletiva no condomínio?
- Morus Gestão de Condomínios
- 8 de jan. de 2021
- 4 min de leitura

Você sabe a quantidade de lixo que produz diariamente? Estima-se que cada brasileiro produza 1,1 kg de resíduos por dia. Em 1 ano, isso representa mais de 400 kg de lixo por pessoa, o equivalente ao volume de um carro ao final de 2 anos. Ou seja, você, sozinho, produz em média um carro de lixo a cada 2 anos!
Assustou-se com a informação? Agora imagine quanto de resíduo é produzido por todos os seus vizinhos no condomínio. Fazer esse cálculo pode nos deixar desesperançosos, mas a ideia é agir, encontrando formas de minimizar os impactos que causamos ao meio ambiente.
Uma boa maneira de fazer isso é começar uma campanha de coleta seletiva no condomínio, estimulando os moradores a separarem os resíduos recicláveis dos que não podem ser reciclados.
Coleta seletiva em condomínios nada mais é do que a coleta dos resíduos depois da separação prévia pelos apartamentos (ou casas) de acordo com o tipo de resíduo. Os resíduos coletados podem ser recicláveis (metal, papel, papelão, plástico, caixa de leite e outros) ou rejeitos (não recicláveis). E a coleta seletiva pode ser feita do tipo porta a porta (serviço público ou privado) ou por ponto de entrega voluntária (PEVs).
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a Lei federal 12.305/10, todos os condomínios devem implantar um sistema de coleta seletiva. A norma prevê que os condôminos devem separar adequadamente seus resíduos (recicláveis, orgânicos e rejeitos) e a administração do condomínio deve instituir um sistema para coleta adequada desses materiais. Os governos estaduais e municipais possuem legislações específicas que regulamentam a PNRS.
Apesar dos conceitos de reciclagem e coleta seletiva não serem novidade para boa parte da população, eles ainda encontram dificuldade para se estabelecerem na prática. Mesmo que muita gente não tenha o hábito de separar os diferentes tipos de lixo em suas próprias residências, muitos já usam o serviço em praças de alimentação e em alguns prédios comerciais. Onde a separação dos materiais é feita por meio de lixeiras diferenciadas por cor, que indicam quais os materiais recicláveis devem ser separados do lixo comum na hora do descarte.
Alguns prédios residenciais já tornaram a coleta seletiva um padrão, mas muitos condomínios ainda buscam colocar em prática esse sistema e encontram dificuldades para saber como e onde começar.
Para ajudar a ficar mais fácil implantar a coleta seletiva, disponibilizamos abaixo um guia básico sobre como iniciar a coleta seletiva em condomínios:
Convocação de uma assembleia
Convocar Assembleia para decidir sobre o assunto, trazendo a importância de haver um sistema de coleta seletiva, os dispositivos legais e as punições previstas por eles em caso de não cumprimento;
Espaço e conscientização nos condomínios
Antes de tudo, é necessário lembrar que só se pode implantar a reciclagem caso haja espaço e condições adequadas. Definir quais materiais serão coletados e orientar os funcionários a não misturar os sacos de diferentes tipos de resíduos são as primeiras medidas. Em seguida, os moradores e funcionários devem ser conscientizados da importância do descarte correto, pois algumas pessoas têm pouco interesse ou nenhuma informação sobre o assunto.
Durante todo o processo é importante manter os moradores informados sobre os passos que estão sendo realizados para implantar a coleta seletiva, as mudanças que serão efetuadas, os resultados do projeto e sua manutenção.
Para a continuidade do projeto, é importante que os moradores dos condomínios percebam os resultados e se sintam incentivados a realizarem a coleta seletiva. Por isso, é ideal fornecer dados de monitoramento por meio do contato de destinação dos materiais e análise de quantidade e qualidade de materiais recicláveis gerados pelos condomínios.
Treinamento para os responsáveis
A implantação da coleta seletiva pode ser iniciada quando for definido quem será o responsável por retirar periodicamente os materiais dos condomínios. É necessário definir a frequência, dias da semana e horários para não acumular materiais no condomínio além da capacidade de armazenamento. Os profissionais de limpeza devem receber treinamento, usar os equipamentos adequados, receber pagamento por insalubridade e outras medidas para evitar ferimentos e ocorrências mais graves.
Participação do serviço público na coleta
Se seu condomínio não é contemplado pela coleta seletiva da prefeitura ou esta coleta não é suficiente, uma opção é contratar uma empresa de coleta ou buscar parceria com cooperativas para retirada do material. Dependendo da quantidade de material oferecido, cooperativas podem se interessar pela coleta.
Em muitas cidades do país, as prefeituras municipais, por meio de órgãos competentes, possuem serviço de coleta seletiva que atendem prédios e casas dos moradores após efetuação de contato e de requerimento.
Outra saída é levar os resíduos para os Postos de Entrega Voluntária (PEVs) que variam de tamanho e pode aceitar diversos itens. Os postos de coleta e as cooperativas estão presentes em nossa seção postos de reciclagem, onde você encontra endereços e contatos dos locais mais próximos de sua casa.
Empresas especializadas em coleta
Para facilitar a implantação da coleta seletiva e a gestão consciente de resíduos, existem empresas especializadas que oferecem um planejamento específico para condomínios que poderá viabilizar a coleta seletiva em seu prédio. A relação custo/benefício acaba compensando, considerando o aumento da eficiência do processo, para além de outros benefícios.
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